terça-feira, 5 de julho de 2011

O guarda-roupa feminino: A roupa da mulher cristã

É uma dúvida recorrente entre os cristãos: Qual a roupa que a mulher cristã deve usar? Ela pode usar roupas caras? Por que as mulheres, mesmo as cristãs, são tão fascinadas por roupas?
Vamos analisar estaquestão com base no texto de 1 Timóteo 2.9-10:
Este texto de Paulo está inserido em um contexto que está tratando da prática litúrgica da oração na igreja de Éfeso (2.1-7,8a). Os homens, como de costume, oravam com as mãos levantadas. Relevante, mesmo, é o que Paulo atribui em seguida: Que estas orações deveriam, essencialmente, partir de pessoas “santas, sem ira e sem animosidade (ânimos exaltados com disposição a brigar)” (2.8b).
Importante considerar que a igreja de Éfeso estava passando por um sério conflito interno. Um grupo de falsos mestres estava tumultuando a igreja, provocando discussões que visavam corromper a sã doutrina (1.1-7,10). Percebe-se que a preocupação de Paulo em manter Timóteo em Éfeso fora justamente a de arrefecer os ânimos da igreja e a de velar pela continuidade da verdade (sã doutrina) (1.3).
Sendo assim, fica clara a intenção de Paulo de exortar os homens à oração num estado interior de santidade, sem ira e altercação (2.8).
Passando a tratar das mulheres, Paulo entra na questão do traje e ornamento feminino. Parece que este era outro problema que estava conflitando a comunidade.
Sem estabelecer “especificamente” o que pode ou não pode vestir, no versículo 9, Paulo apresenta princípios para as mulheres em seu trajar e ataviar:

Quanto à roupa, Paulo exorta ao traje decente e vestuário não dispendioso.
Decência está relacionada ao pudor. Uma mulher veste-se com indecência quando, sem vergonha ou pudor, apela para vestimentas que provocam e ofertam uma sensualidade facilitada, barata e chamativa.
Importante considerar que a beleza e a sensualidade feminina lhe são naturais. Não se trata, portanto, de usar uma roupa que venha negar, esconder ou anular estas suas qualidades inatas. O objetivo paulino é a decência, isto é, o respeito aos limites, ao pudor e à moral aceitável pela comunidade cristã, para que não se caia no vulgar e desavergonhado.
Nos dias atuais, cuja moda e cultura são imensamente diferentes da época neotestamentária, é possível e necessário que as mulheres cristãs se pautem por este mesmo princípio da decência. Fato que a sensualidade feminina, na moda atual, adentrou o campo do fetiche, e da exploração comercial do sexo. Sendo assim, às mulheres cristãs, cabe o desafio de escolher adequadamente o que o comércio lhe oferece como vestimenta sem deixar-se levar pela moda apelativa, com roupas que expõe o corpo feminino até mesmo ao erótico.
É conhecida, também, certa fascinação que as mulheres têm por roupas. No capitalismo atual, este é um dos principais “motores” do comércio. Algumas mulheres cristãs entram em dívidas e até acabam se comprometendo com cheques sem fundo ou com os juros exorbitantes do cartão de crédito. Por que fazem isto? Sem dúvida, as mulheres tendem ao lema vaidoso que diz que “a aparência define quem você é”. Ora, dentro deste princípio, uma roupa cara ajuda muito neste processo de formação da imagem do "eu".
Quanto a isto, Pedro exortou:
“Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus” (1Pe 3.3-4).
Pedro e Paulo estão proibindo as mulheres de usarem roupas bonitas, de qualidade? Não, mas exortam a um vestuário que obedeça aos parâmetros da modéstia, isto é, da simplicidade e humildade, fazendo isto com moderação e bom senso, esclarecendo que a beleza do “eu” não está fundamentada no exterior, antes, no interior. Ou seja, a beleza interior irradia para o exterior, não o vice-versa. À mulher cristã, portanto, cabe o desafio de vestir-se, não para desfilar e engrandecer seu “eu”, mas, sem exageros e com racionalidade, de ser apenas como Deus a fez: bonita.

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